segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Vergonha

Sempre fui daqueles que defendeu com veemencia o senado federal. Sempre imaginei que para chegar alí, o indivíduo era obrigado a ter um preparo intelectual acima da média.
Também, fui acostumado a ler e depois assistir pela TV aberta os debates de Jarbas Passarinho, Tancredo Neves, Petrônio Portela, Paulo Brossard, Teotônio Vilela, Afonso Arinos de Melo Franco, etc....
Esses homens inspiravam confiança naquilo que defendiam, naquilo que expunham com um vocabulário diferenciado, pode-se dizer até: espetacular.
Minha admiração pelo senado vem do tempo do regime militar, quando de fato, a política entrou nas minhas veias feito um escalpe nº 42.
Naquela época, uns, defendiam o governo militar: Jarbas Passarinho, o maior de todos. Outros, a oposição. Paulo Brossard. Belo Tribuno. Tenho em meu poder: 80 anos na História Política do Brasil. Sua biografia.
Eis um pedaço do embate entre os dois tribunos:
Brossard - Quando me perguntaram: (....) e se o projeto (de anistia) do Governo for melhor do que o da Oposição? A minha resposta foi breve e simples: melhor.
Passarinho - Mas é indiscutivelmente melhor.
Brossard - Melhor. Se o projeto do Governo é melhor do que o da Oposição, melhor.
Passarinho - V. Excia. usou o adjetivo nesse grau porque já era o máximo, não podia ser mais melhor. Foi exatamente melhor....
Brossard - Mas se ele for mais melhor, então melhor ainda, nobre senador.
Passarinho - Se for mais melhor arranha a gramática ....
Brossard - Sob a sua Liderança, eu arranho a gramática. (sessão de 27.06.1979).
A arma empunhada era a palavra. Mas, não palavras chulas. Eram palavras ardentes, inteligentes, convincentes, empolgantes, contagiantes, arrebatadoras. Foi assim que assisti esse duelo memoravel entre esses dois tribunos. O Brasil parou para ouví-los. Só sabedoria. Muita sabedoria.
Hoje, assisto a TV senado e ao contrário de outrora, vejo um monte de agressões. Só besteira. Pior. Ditas por gente desqualificada. Gente que trata mal a língua portuguesa, mas, são senadores.
A coisa fica pior quando suplente de senador, politico sem voto, ocupa espaço naquele lugar sagrado. É um absurdo. Isso tem de acabar.
Este senhor de 80 anos, presidente do conselho de ética do senado - Paulo Duque é um desastre. Na sua senilidade, se presta a ser "moleque de recado" do líder do seu partido.
Será que a sua familia não vê isso!
Ele é ridículo!
Dá pena!
Leonai Garcia

Nenhum comentário:

Postar um comentário