terça-feira, 4 de agosto de 2009

Theatro da Paz

Todo garoto que nasce em Belém, independentemente da classe social, a partir de uma determinada idade começa a ouvir falar do Theatro da Paz. Comigo não foi diferente.
Meu pai, apesar da pouca leitura tinha o nacionalismo no fundo d' alma. Nos fazia dormir embalando-nos com as canções militares: da artilharia do Exército, da Marinha (cisne branco) e outros hinos pátrios que depois os dominei quando serví Exército - 26º BC.
Muito bem! Na semana da pátria ele levava a família (meus irmãos) para assistir o desfile militar de 7 de Setembro na avenida Presidente Vargas. Vem daí a minha primeira visão do suntuoso Theatro da Paz.
Fui à pesquisa para saber detalhes desse monumento erguido no tempo áureo da borracha no centro da Praça da República.
Fundado em 15 de Fevereiro de 1878, tendo como engenheiro José Tiburcio de Magalhães. A arquitetura teve como inspiração o Theatro Scala de Milão, com o seu estilo neoclássico.
Recebeu inicalmente o nome de Nossa Senhora da Paz em homenagem ao fim da guerra do Paraguai. Depois ficou somente: Theatro da Paz. Foi decorado com pintura dos artistas italianos Domenico D`Angelus e Capranezi. Em 1905 adquire a forma definitiva.
O hall de entrada é feito de material importado da Europa: ferro fundido ingles nos arcos das pontas; escadaria em mármore italiano; lustre frances; bustos em mármore de carrara de (Jose de Alencar e Gonçalves Dias); estátuas em bronze frances; piso com pedras portuguesas, paredes e teto pintado representando as artes gregas.
O corredor das frizas com piso em acapu e pau amarelo (madeira da amazonia).
Salão de espetáculos com 1100 lugares, depois reduzidos para 900. As cadeiras conservam o estilo da época: madeira e palhinha adequadas ao clima. A balaustrada toda em ferro ingles folheada a ouro.
A pintura em afresco do teto central apresenta elementos da mitologia greco-romana fazendo uma alusão ao Deus Apolo conduzindo a Deusa Afrodite e as musas das artes à Amazonia.
O pano de boca pintado na França no ATeliê Carpezat intitulado "Alegoria à República", inaugurado em 1890 em homenagem a proclamação da Republica Brasileira.
O salão nobre onde a nobreza costumava se reunir para bailes, pequenos recitais, e durante os intervalos dos espetáculos. É decorado com espelhos e bustos em mármore de carrara de dois compositores da época: Carlos Gomes e Henrique Gurjão.
Esse monumento arquitetônico serviu de palco para a minha coleção de grau em Medicina no dia 08 de Dezembro de 1975.
Todo paraense que se preza tem orgulho do prédio do Theatro da Paz.
Leonai Garcia

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