quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Mototaxismo e motoboys

A aprovação pelo senado desses dois tipos de serviços e a posterior sanção presidencial têm despertado reações no seio da sociedade brasileira que conhece o problema, nas suas consequencias.
A Abramet e o Jornal O Estado de São Paulo publicaram artigos condenando o fato respaldado em dados interessantes.
Abramet: Quase 80 % dos acidentes de trânsito registrados nos perímetros urbanos de Santa Catarina envolvem motos.
Estadão. Nos cinco primeiros meses deste ano, 20.622 motociclistas foram atendidos na rede pública de saúde. Os custos com a internação desses acidentados já ultrapassam os R$ 100 milhões por ano no HC.
Levantamento feito recentemente mostra que no Brasil, os acidentes com moto matam 19 pessoas por dia e no ano passado deixaram mais de 500 mil feridos provocando um gasto no atendimento: R$ 8 bilhões.
Estudos internacionais provam que o tráfego em duas rodas é o mais perigoso e o que mais estimula a velocidade.
A conclusão que se chega é que "decisões de carater eleitoral e populista potencializam o caos urbano e a carnificina no asfalto".
Num rasgo de lucidez os autores do projeto que se transformou em lei estabeleceram que "cabe aos municipios decidir se regulamentam ou não os serviços" já que de acordo com especialistas é atribuição deles a organização da circulação de veículos no sistema viário.
São Paulo já decidiu: Não permitirá o serviço de mototaxi. No Amapá, a câmara de vereadores de Santana também se decidiu contrária ao mototáxi.
Leonai Garcia

Um comentário:

  1. Motocaos

    O fenômeno da proliferação do transporte urbano em duas rodas precisa ser discutido urgentemente no âmbito mais democrático possível. Isso ainda não ocorreu porque não foi possível dimensionar a catástrofe do trânsito nos grandes centros brasileiros com isenção política, abrangência estatística e recorte histórico suficiente. E às autoridades satisfaz incentivar soluções paliativas para sua própria incompetência gerencial, jogando os problemas maiores para um futuro aterrador, que apenas parece distante.
    O prejuízo coletivo causado pelo crescimento da frota de motocicletas possui várias faces. Elas poluem, química e sonoramente, mais do que automóveis. Seus acidentes são extremamente lesivos. Motociclistas profissionais estão sujeitos a uma série de malefícios físicos, muitos dos quais não se manifestam imediatamente (doenças pulmonares e ortopédicas, por exemplo).
    Apesar da mitologia publicitária, a agilidade e a praticidade das motos não contribuem para a melhoria do trânsito. O desrespeito de seus condutores às normas é generalizado, colocando em risco vidas e patrimônios, alimentando a insegurança dos demais motoristas e favorecendo toda espécie de atividade ilegal.
    Que saída encontrarão os governos das próximas décadas, quando se descobrir o imenso passivo médico originado por milhões de motociclistas precocemente incapazes de trabalhar? As novas e crescentes populações de profissionais que utilizam as duas rodas serão impedidas de circular? Terão seus veículos apreendidos? Quem pagará pelas indenizações resultantes, ou pela reciclagem de toneladas de entulho mecânico sem valor de troca ou uso? Como organizar as vias públicas em metrópoles desprovidas de transporte público e tomadas por enxames de pequenos veículos individuais que fazem suas próprias leis e são virtualmente incontroláveis?
    A regulamentação dos mototaxis parece um mau começo para abordar a questão, mas o vácuo jurídico é muito pior. Talvez seja uma boa oportunidade para instituir o debate, antes que assimilemos com naturalidade mais uma tragédia para nosso cotidiano desvalido.

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