O uso consciente do crédito ( por Reinaldo Cafeo )
O Banco Central divulgou dados apontando para o crescimento de
8% no uso de financiamentos com cartão de crédito e cheque especial
por parte dos consumidores.
De um lado é surpreendente o resultado a medida que estas categorias
são as mais caras do mercado. O cheque especial pratica taxas
médias anuais na ordem de 159%, enquanto o cartão de crédito
oscila entre 134% e 420% ao ano. Não errei não: 420% ao ano
dependendo do convênio firmado.
De outro lado há como explicar este comportamento do consumidor:
zona de conforto. Financiar via cheque especial e cartão de
crédito é muito fácil. Com um simples saque na conta no caso
do cheque especial e um pagamento mínimo (que está cada vez
mais mínimo) na fatura do cartão de crédito, a dívida é rolada.
Só para ilustrar o que significa zona de conforto, é possível
conseguir crédito direto ao consumidor em instituições financeiras
na ordem de 44% ao ano. Se o consumidor tiver acesso ao crédito
consignado a taxa anual pode cair para 20 a 30% ao ano. Isto
tudo sem falar do penhor de jóias, entre outras modalidades.
O preço para os acomodados é muito elevado e o universo a ser
atingindo, principalmente pelas operadoras de cartão de crédito
é enorme. Recentemente foram divulgados dados apontam para ascensão
social de mais de 30 milhoes de brasileiros que migraram das
classes D/E para classe C e estes são agora os alvos preferidos
das empresas de cartão de crédito.
O que está posto é que se faz necessário o uso consciente do
crédito. Pagar juros na magnitude dos praticados nas modalidades
aqui citadas é dar um tiro próprio pé. O consumidor não terá
recursos suficientes para arcar com estes custos e as instituições
financeiras amargarão o crescimento da inadimplência, portanto,
interesse mútuo em racionalizar o uso do crédito.
É imperativo que os consumidores organizem suas finanças pessoais
e evitem o endividamento. Por outro lado é lamentável observar
esta verdadeira agiotagem institucionalizada, com cobrança de
juros estratosféricos e, a autoridade monetária, não mexer uma
palha para mudar este estado de coisas.
Izidoro Figueiredo Izidorof@ig.com.br
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