segunda-feira, 5 de abril de 2010

As voltas que a vida dá

Surpresa. É o adjetivo ideal para identificar os impropérios desferidos por alguns deputados contra o ex-governador Waldez Góes (PDT). Detalhe. Os adversários de hoje, foram amigos, ontém. Coisas da política.
Nem todos estão preparados, mentalmente, para enfrentar revezes. Isso é fato. Os termos usados na tribuna da Assembléia Legislativa foram duros, dignos de adversários ferrenhos.
Os detratores de hoje foram beneficiados pelo ex-governador WG, de diversas maneiras. Esse espaço aqui é pequeno para acolher as justificativas: nomeação de parentes e amigos em cargos, vantagens pessoais, etc... etc... etc...
Agora, amanhã esse jogo de palavras pode mudar de tom e de conteúdo. Quem estuda a história e vive a seara política sabe que é assim que funciona coisa. Em política não vale perder.
Waldez não é mais governador. Não detém mais a chave do cofre, nem a caneta para nomear no Diário Oficial, então, que se dane! Que vá tudo para o inferno! É assim que algumas pessoas raciocinam.
Só que o mundo dá voltas. Quanto mais se vive mais pedras aparecem no caminho e temos de ser sábios para removê-las sem nos ferir.
Um exemplo das voltas que a vida dá: certo dia, estando em campanha no Laranjal do Jari para o candidato Waldez Góes (1998) soube que o jovem tenente Miranda, recém eleito prefeito daquele município estava na cidade.
Homem forte, de estatura mediana e compleição robusta e atlética. O cara impunha respeito ao povo e aos adversários pela carranca. Muitos o tinham como o "herói das enchentes do laranjal".
Pois bem. Imaginando tê-lo como amigo, afinal, mantinha contacto comercial com a sua esposa, do BB, procurei-o para promover um encontro político vizando a sua adesão ao nosso projeto.
O homem recebeu-me friamente, mas, prometeu nos apoiar, "no duro". Marquei um encontro para o outro dia (um domingo). De manhã, haja telefonar para o prefeito e ele nada de atender. Pura falta de educação.
Agastado pelo insucesso político, me mandei para o balneário do outro lado do Rio Jari. Chegando lá quem encontro: o tenente Miranda. Desculpas esfarrapadas acabaram com a minha ilusão de articulador.
O tempo passou, o homem assumiu o poder no Laranjal. Foi afastado pelos adversários. Voltou. Deslizes burocráticos se acumulando, mandato problemático, enfim..... Terminou o mandato e a volta a vida normal... Cheia de problemas....
Conclusão: hoje (05) a notícia. O agora, capitão Miranda, sofreu um AVC de grandes proporções. Foi internado e ficou em estado de coma num hospital da capital por alguns dias.
Recuperado da consciência. Aposentado por invalidez. Sequelas: hemiplegia (usa bengala), disartria (fala dificil), deambulação disbásica (marcha arrastada); mora em Monte Dourado e trabalha no prédio do Superfácil do Jari.
Em síntese. Aquele "homão", hoje é um sujeito doente que depende da bondade alheia para se alimentar e cuidar do seu asseio pessoal.
O candidato que ele rejeitou (1998) é o mesmo homem que lhe deu a mão, tempos depois.
Concluindo: cautela e respeito aos semelhantes nunca é demais. Essa é uma das história da minha vida política no Amapá.
Tem tantas!
Leonai Garcia

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