terça-feira, 15 de setembro de 2009

Verequete

Fui ao Jurunas para encontrar o mestre do Carimbó, Verequete. Seu nome. Augusto Gomes Rodrigues. 93 anos de idade. Magro e espigado, com a mente embotada por causa de um AVCH. A casa em alvenaria é pobre, fica numa viela da rua dos Timbiras.
Andar por ali. Só de dia. É como se fosse na rua do Copala. Um lugar perigoso. Mas, "doido" para conhecer e apertar a mão do maior artista do Carimbó do Para, topei o desafio. Fui de táxi. Hoje (15) de manhã.
Posamos para fotografias. Conversamos, eu, ele, a sua mulher (Cenira) e a sua filha (Lucimar) técnica em enfermagem. O ambiente ficou mais descontraído depois que paguei o Kit contendo a história do artista ( DVD, CD e uma brochura). R$ 100.00 (cem reais).
É que eles não me conheciam. Poderia se tratar de um "picareta" atrás de alguma vantagem. Portanto, perfeitamente explicável o comportamento arredio. Isso é coisa de paraense. Tá no sangue.
Depois que sentiram fé na minha identidade, foi legal!
Verequete nasceu em Quatipuru, às proximidades da Vigia. Até aos 90 anos teve uma vida ativa, cantando e dançando o Carimbó. Depois, sofreu um AVCH (acidente vascular hemorrágico), agora, está com a mobilidade da metade direita do corpo reduzida.
Não chega a ser uma hemiplegia total. Outro problema. Devido o tabagismo, sofre de DPOC. Às vezes precisa de oxigênio, por isso, tem um torpedo ao lado da cama.
Interessante. A Companhia Vale do Rio Doce mandou fazer 500 Kits contando a vida do artista. É o estojo que adquiri da família. O dinheiro arrecadado com a venda desse material a familia pôde derrubar a casinha de madeira que na qual ele morava e ergueu no lugar a atual, em alvenaria.
Verequete tem 01 (uma) filha da dona Cenira e mais 04 (quatro) da primeira mulher. Ele conversa, mas, se atrapalha na sequência devido a doença. Toma os remédios prescritos pelos médicos do Hospital Barros Barreto, e segundo os familiares, encontra-se melhor.
O seu último aniversário foi comemorado com muita festa. Na Estação das Docas, no São José Liberto (antigo presídio de Belém), e na praça Waldemar Henrique.
Um tributo dos paraenses ao seu ídolo.
Leonai Garcia

2 comentários:

  1. GRANDE VEREQUETE!!!


    Leonay, gostei do artigo contando um pouco da vida desse homem que contribuiu e, muito, com a difusão da música popular de raiz, do Estado do Pará, a saber: o "CARIMBÓ". "Aí vem VEREQUETE, Oh... A vem VEREQUETE, oh!!!".

    Muito bom, com essa atitude, demonstras ser um homem de bom coração. Deus te abençoe e vamos ajudar o mestre VEREQUETE!!!


    OBS.: A ESPOSA DE VEREQUETE/ A DONA CENIRA/ PEDE AOS paraenses e simpatizantes da cultura paraense/ RADICADOS NO AMAPÁ (e em qualquer parte do mundo)/ depositar qualquer importância para ajudá-lo NOS GASTOS COM REMÉDIOS E OUTRAS NECESSIDADES ELEMENTARES//

    AÍ VAI A CONTA BANCÁRIA DE VEREQUETE/ CUJO O NOME DE BATISMO É: AUGUSTO GOMES RODRIGUES/ ELE TEM 93 ANOS//

    AÍ VAI O NOME DO BANCO:

    BRADESCO
    CONTA CORRENTE: 0156811-6
    AG: 0327-1//

    MAIORES INFORMAÇÕES/ A RESPEITO DE VEREQUETE/ ACESSE O BLOG DO DR. LEONAY GARCIA: www.omudoemdebate.blogspot.com



    (JOHN SCOTT, professor e rádio épórter).

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  2. Uma correção. Ele nasceu na vila do Careca, que faz parte, hoje em dia, do município de Mirasselvas, antes fazia parte de Quatipuru, que fica muito distante de Vigia. Na verdade Quatipuru, pode-se dizer, que fica perto de Primavera, minha terra natal.

    Paulo C. M. Santos
    pcmerces@bol.com.br

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