terça-feira, 16 de março de 2010

Como negar as orígens

O assunto do momento na imprensa esportiva é a presença de Wagner Love e de Adriano em festas nos morros cariocas. Os dois são jogadores do Flamengo. Lá estão as suas orígens. Um, é do Alemão, o outro, da Rocinha.
A propósito disto, lembro muito bem da minha vida de menino e de adolescente criado no Telégrafo, jogando bola num campo de terra batida, denominado "esqueleto" - até hoje não sei o porquê desse nome.
Pois bem. Os anos passaram, os estudos sempre em dias e chegou o vestibular de medicina: fui aprovado.
No outro dia, lá estava o "rubinho", meu apelido, no campo do esqueleto, jogando bola com os meus parceiros de futebol.
Dali saiu Mesquita para a Tuna Luso Brasileira, depois, Clube do Remo e finalmente o Paysandu. Detalhe: o cara foi campeão nos três clubes.
Quando estudante de medicina continuei frequentando o campo do esqueleto, jogando as minhas peladas, mas, já sem o preparo físico de antes.
É que as noites em claro devido as "viradas" de estudo minou-me as forças, então não dava mais para acompanhar o rítmo deles.
Os meus amigos ficavam admirados de me ver no meio da turma. Como se o fato de ser acadêmico de medicina me fizesse melhor do que eles. Nunca pensei assim.
Isso é o que acontece com Wagner Love e Adriano. Eles não negam as orígens.
Onde está o erro de frequentarem as festas do morro.
Só porque estão ricos?
Só porque jogam no Flamengo?
Quem não viveu nesse meio não pode medir a amizade que se tem com essas pessoas. Elas são carinhosas, amigas, nos defendem quando preciso.
Até hoje quando vou à Belém procuro encontrar meus amigos de outrora. Vários já se foram.
Os que ainda residem nas cercanias do meu pedaço, os encontro, e tomamos uma cervejas, batemos aquele papo e nos despedimos desejando saúde e sucesso uns para os outros.
Leonai Garcia

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