Em que pese ser o esporte mais praticado no Brasil , o futebol ainda está longe de ser um bom negócio - a não ser para os jogadores estrelas e para a TV - e pouco contribui para a economia brasileira. A revista Super Interessante na edição n º 00270, de outubro/2009, publica números interessantes sobre o “ esporte rei “ e faz comparações com os demais países onde o futebol também é muito praticado.
De acordo com a revista, R$-1,4 bilhão é a soma da receita dos 21 principais times do país (deles, 7 em São Paulo e 4 no Rio ). Se esses clubes fossem uma empresa , ela seria a 130ª do ranking nacional; todos os times brasileiros juntos representam 0,048% do PIB ( Produto Interno Bruto – total das receitas anuais produzidas em um país ), só o Real Madrid e Barcelona representam 0,062% do PIB da Espanha; em 2008, 1.176 jogadores brasileiros se transferiram para o exterior em busca de prestígio e bons salários e somente 659 fizeram o caminho de volta; a TV Globo paga R$- 400 milhões por ano pelos direitos de transmissão do campeonato brasileiro e cobra R$- 116 milhões por uma das 5 cotas de patrocínio.Total do faturamento R$-580 milhões; R$- 40 mil é o custo de manutenção de um jogador de categoria de base no Brasil; R$- 1,1 milhão é o rendimento mensal do Ronaldo, o mais bem pago do país – 80% desse valor é pago pelos patrocinadores; R$- 250 milhões foi o valor da transferência do Cristiano Ronaldo para o Real Madrid. Se juntarmos o faturamento do Corinthians em 2008 juntamente com o do flamengo ( R$- 253 milhões ) não pagaria o passe.
Ainda de acordo coma revista, apenas 7% da população joga futebol enquanto na Alemanha o percentual é de 19%; o estádio com maior capacidade está na Coréia do Sul – 150 mil pessoas, no Brasil o nosso maior estádio comporta apenas 87 mil; a Inglaterra possui 40 mil clubes, o Brasil apenas 29 mil; a média de público de campeonato nacional é de 41.904 ( Alemanha – 2008/2009 ), no Brasil apenas 16.992 (2008 ).
É de nosso conhecimento a situação de vários clubes no país que estão à beira da falência por incompetência administrativa como é o caso do Payssandu e do Remo.
Os principais clubes do país ( principalmente no Rio de Janeiro ) estão endividados e, como sempre, o governo teve que ajudar criando a timemania onde os mesmos levam um percentual das apostas e quitam parte dos débitos com a previdência e outros.
Indiscutivelmente somos pentacampeões do mundo e causamos inveja principalmente para nossos hermanos argentinos, porém, somos pernas-de-pau em administração esportiva e não sabemos vender um dos nossos melhores produtos, o futebol. Certamente merecemos o cartão amarelo.
Izidoro Figueiredo -Economistaizidorof@ig.com.br
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
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