domingo, 25 de outubro de 2009

Custo Brasil

Atualmente fala-se muito em custo Brasil. Mas afinal o que é isso ? De que se trata ?
Muitos definem como o conjunto de distorções existentes na economia brasileira, responsável pela baixa competitividade e ineficiência das empresas. Dentre as principais temos:
alta carga tributária que sufoca as pequenas e médias empresas;
alta legislação fiscal que onera o custo dos produtos;
altos custos trabalhistas e salários irrisórios;
altos custos do sistema previdenciário e atendimento precário;
manutenção de taxas de juros reais elevadas, o que inviabilizam os investimentos;
spread bancário exagerado, devido à concentração bancária;
corrupção administrativa elevada, o que eleva mais a carga tributária;
déficit público elevado e difícil de ser contido;
Burocracia excessiva para:
criação de uma empresa;
exportação e importação, dificultando o comércio exterior.
Esses diversos fatores inibem o investimento estrangeiro e nacional em nosso país e impedem o desenvolvimento rápido como ocorreu no Japão, na Coréia e na China, onde o crescimento beira os 10% ao ano. Se o Brasil não corrigir essas distorções a distância ente o Brasil real e o Brasil ideal continuará aumentando.
Vejamos em detalhes alguns desses gargalos:
1 - Os impostos são reduzidos?
No Brasil além de impostos serem um dos mais altos do mundo, a legislação é bastante complexa e extremamente ineficiente. O ideal é a redução dos impostos para ocorrer o aumento da arrecadação, Como isso funciona? O fato de reduzir os impostos possibilita ao empresário um maior investimento, o que, por certo, geraria um crescimento do produto interno bruto e um acréscimo da arrecadação, ou seja, haveria um giro maior o qual possibilitaria uma maior arrecadação.
2 - A mão-de-obra é barata, farta e qualificada?
No caso da mão de obra tem-se um paradoxo: o funcionário ganha pouco e o empresário paga muito, em decorrência do alto custo do sistema social brasileiro. Ao invés de o governo dar os benefícios sociais que somem no caminho entre a arrecadação e a chegada ao trabalhador, o que se deveria dar é um salário melhor possibilitando ao trabalhador adquirir o que necessita, ao invés deste receber esmolas do governo.
Tem-se farta mão de obra, porém desqualificada, pois o Estado arrecada muito, mas não transfere à população em virtude do alto custo de custeio e da corrupção.
3 - Os insumos são abundantes e baratos?
O Brasil tem uma fartura enorme de recursos naturais e não sabe aproveitá-los, pois os exporta in natura, quando deveria beneficiá-los, pois assim, obter-se-ia um melhor resultado nas exportações.
4 - Os juros são baixos?
Os juros do Brasil estão entre os mais altos do mundo, criando uma situação perversa em que o investidor ganha mais especulando do que produzindo.
5 - Existe uma boa infra-estrutura de transportes?
O Brasil tem umas das maiores malhas rodoviárias do mundo, porém em péssimas condições, o que encarece o transporte das mercadorias. Em compensação não se tem uma malha ferroviária compatível com o tamanho do país. E quanto ao transporte hidroviário? Em um local com tantos rios é praticamente nulo.
6 – A energia é abundante?
O fornecimento de energia não é seguro. Nesse sentido, se houver um grande crescimento, não se terá energia suficiente para suportá-lo, haja vista o racionamento de 2001.
7 - Existe um mercado consumidor?
O nosso mercado consumidor é imenso, porém a maioria não tem poder aquisitivo o que engessa a produção. Se o trabalhador ganhasse mais, consumiria mais e isso geraria uma roda da fortuna.
8 - O câmbio e a inflação estão controlados?
O câmbio e a inflação estão ligeiramente controlados. Não se necessita de grandes intervenções do Banco Central, mas, sim de algumas intervenções pontuais.
Para a devida correção, seria necessária uma reforma tributária e política urgente, além de pesados investimentos em infra-estrutura, o que poderia ser feito com parte de nossas reservas de 220 bilhões de dólares, pois estas estão aplicadas em títulos dos EUA, os quais remuneram a 3% ao ano, enquanto se paga 12% ao ano aos nossos credores.
Izidoro Figueiredo – Economista
Izidorof@ig.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário