quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A vida no Cairo

Ao assistir um documentário sobre "A Cidade dos Mortos", no Cairo, capital do Egito, senti a necessidade de me aprofundar sobre um assunto intrigante.
A porta se abriu com a publicação de "A menina da cidade dos mortos", de um escritor europeu que conheceu a pequena egípcia em suas andanças naquele cemitério secular que abriga mais de 12 mil pessoas.
É uma vida desgraçada. Pessoas moram em mausoléus edificados pelas famílias abastadas seguindo os costumes faraônicos. Lá depositam seus mortos.
Uns tem água encanada, outros nem isso. As instalações sanitárias...
Sem ter onde morar e sob as "vistas grossas" das autoridades, os pobres vão invadindo essas catacumbas e lá se alojam, junto com filhos e até netos. Dividem o ambiente de miséria como se fosse uma casa.
É um lugar sombrio. Desconfortável. Tétrico. Desumano. Pavoroso.
Vez por outra os verdadeiros donos vão ao logradouro depositar seus mortos. Afastam as pedras de mármore e no fundo do buraco depositam os defuntos enrolados em panos, seguindo a tradição muçulmana.
Sobre tais pedras as crianças brincam inocentemente no dia-a-dia.
Os pais, analfabetos na maioria, desempregados ou subempregados, com muitos filhos, vivem de esmolas. Regra geral os filhos tem mente embotada.
Causa: alimentação precária.
A ignorância persegue esse povo. Exemplo prático: a circuncisão praticada tanto em meninos quanto em meninas.
A experiência contada pela garota é "sanguinária". Coisa de gente bárbara. O barbeiro da esquina é o cirurgião que amputa o clitóris das adolescentes.
Detalhe: Esta obra é recente.
Fala em cinema, teatro, internet, blog, e outros avanços da tecnologia.
Valeu ler mais alguma coisa do povo muçulmano.
Antes, lí a história de uma somali, de uma paquistanesa, de uma afegã, de uma iraniana.
Agora: de uma egípcia.
Em todas as leituras a ignorância existente no seio da religião muçulmana.
Leonai Garcia

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