Escrito por Reinaldo Cafeo - Economista
Não obstante a confiança no desempenho econômico brasileiro em
2010, apontando para um crescimento econômico entre 4 e 5%,
existem inúmeros desafios a curto prazo.
Primeiramente vem da velha conhecida inflação. Os índices de
preços vieram carregados em janeiro, acendendo o sinal de alerta
da autoridade monetária. Neste caso sabemos que o remédio preferido
do governo é elevar a taxa de juros básica. Em ano eleitoral
será difícil convencer o Presidente Lula a aceitar juros em
elevação, o que pode indicar mexidas iniciais em outros instrumentos
da política monetária, como elevação do compulsório bancário,
por exemplo.
Outro setor preocupante é o externo. Aqui o governo Federal
está em uma encruzilhada. De um lado sabe que o Real tem que
se desvalorizar diante do Dólar, auxiliando a fechar as contas
externas, hoje amargando um déficit preocupante em transações
correntes, de outro lado a elevação rápida da cotação do dólar
em um momento em que o controle da inflação passa a ser prioridade,
gera uma preocupação adicional com a denominada inflação importada.
Haja habilidade.
Isso tudo sem contar a forte inquietação quanto ao futuro das
contas públicas, à medida que o atual governo elevou demasiadamente
os gastos em custeio, gerando menor superávit primário e como
ele pouca folga para conter a elevação da dívida interna.
Em meio a isso tudo há agentes econômicos confiantes, apostando
fortemente no bom desempenho econômico, querendo que o excesso
de conversadorismo por parte da equipe econômica não prevaleça,
mas que acima de tudo haja responsabilidade na condução da política
econômica principalmente neste fim de mandato.
Ainda compartilho com aqueles que entendem que o ano será bom,
na média, e que, quem efetivamente fez a lição de casa no período
de crise, enxugando custos, aumentando a produtividade, revendo
procedimentos nas decisões de investimentos e de financiamentos,
colherá bons resultados.
No tocante aos desafios a curto prazo que a atual econômica
mostre serviço e seja capaz de efetuar as melhores escolhas
privilegiando o lado real da economia e não o lado monetário,
que tem sido a tônica nesses últimos anos.
Izidoro Figueiredo - Economista
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
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