Em Dezembro de 2010 completo 35 anos de médico. Na terceira série começei a frequentar o 6º andar do Hospital dos Servidores do Estado do Pará, na clínica de cirurgia torácica e cárdio-vascular. sob às ordens do Dr. Almir Gabriel.
Antes, assistia as aulas de propedeutica médica do professor Alberto Santa Helena na enfermaria Santo Antonio, da Santa Casa de Misericórdia, do outro lado da rua da Faculdade - generalíssimo Deodoro.
Pois bem. Já lí e ouvi falar de hemoptise - sangramento pela via oral (boca) de lesão existente no tecido pulmonar (pulmões), na maioria das vezes provocada por cavidades pulmonares a custa da tuberculose.
Nunca tinha atendido um paciente nessas condições, até hoje (12), cerca de 14:30 horas na clinica de doenças tropicais do Hospital Alberto Lima.
De repente entra no meu consultório um rapaz moreno, 16 anos de idade, tossindo e vomitando sangue "vivo" em grande quantidade.
Sua acompanhante apresentou-me sua radiografia do tórax, nela: cavidade no polo superior do pulmão esquerdo, o foco da hemorragia.
Rapidamente internei-o no hospital e prescrevi os medicamentos necesários para estancar o sangramento e revigorar-lhe as forças que aos poucos se apagava - sensação de desmaio com sudorese fria intensa, devido a vaso constrição reflexa.
O ambulatório entrou em polvorosa. Os outros doentes e acompanhantes não estão acostumados a rotina de um hospital, então o assombro em suas faces estampou-se naturalmente.
O doente está internado, o sangramento estancou e a medicação anti-tuberculose inicia amanhã de manhã.
Muito importante a ação da enfermagem, sem ela não se pratica medicina.
Leonai Garcia
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