quarta-feira, 3 de junho de 2009

DIAS RANCENTOS


O amanhecer no Oiapoque nos dois últimos dias do mês de Maio foi péssimo para quem saiu da capital “doidinho” para curtir o rio de águas claras que lhe dá o nome, quase sempre belíssimo.
O tempo feio foi o responsável pela atmosfera pesada, de céu cheio nublado em cinzento, que permitia ver ao fundo, longe, a copa das árvores do outro lado rio envoltas numa neblina azulada que lhe saia das entranhas e ascendia ao céu em movimentos espirais, vagarosos.
O chão encharcado pela chuva fina que caia insistentemente desde a madrugada formava poças de água amarela; tormento para o pedestre obrigado a enfrentá-las, pior, ao cruzar com um veículo dirigido por insensatos.
Oiapoque. 64 anos. Marca. Fronteira internacional. Por ela saem brasileiros e entram – Guianenses, Surinameses, Martiniquenses, enfim, pessoas de etnias e línguas diferentes movimentam aquela cidade.
Nem por isso recebe atenção diferenciada das autoridades. Resultado. Ruas esburacadas, no centro. Uma delas (Coaraci Nunes) mal cuidada, em chão batido, despenca na avenida beira mar, com uma quadra de asfalto de qualidade duvidosa.
Casebres se misturam à casas de gosto arquitetônico relativo. O primarismo do morador lhe permite avançar com uma “puxada” para o meio da rua, nem a BR-156 foi poupada dessa infâmia. Resultado. Cidade com aspecto de favela nalguns pontos.
Culpa. Administrações anteriores. Populistas governaram esse município sem o mínimo de tino administrativo. Mudar o quadro. É possível, mas leva tempo e dinheiro.
O povo “respira” a construção da ponte sobre o rio. Será a ligação do Brasil com a França. A cabeceira no lado brasileiro recebe um montão de gente, ávidos em fotografá-la. O acesso é fácil, pertinho da BR.
Nem tudo é bagunçado no Oiapoque. A salvação da lavoura é a Vila Militar de Clevelândia. Tudo limpo. Casas pintadas, arborização bem cuidada. Depósito de lixo padronizado. Podagem do gramado. Coisa de milico. Coisa boa de apreciar. Dá gosto passear ali.
Agora, a via que liga a cidade de Oiapoque a Clevelândia é um lixo. Horrível. Buraco, erosão, mato, lixeira nas margens, enfim, um horror. Chovendo, então. Terrível.....
A rede hoteleira instalada dá para o gasto. Pousadas e hotéis de pequeno porte crescem a olhos vistos. O comercio parece fraco. Poucas pessoas comprando. Os produtos expostos nas vitrines. Com qualidade mediana. Nada que atraia quem vem de uma cidade maior.
A rede bancária pública e privada supre as necessidades da população.
A ligação com a capital é prioritariamente rodoviária. Ônibus fazem esse transporte de passageiros e bagagens pessoais. Caminhões, vans, completam o serviço.
A BR-156 num largo trecho entre Calçoene Oiapoque requer asfalto. Algumas pontes, ainda persistem em madeira. Isso atrasa a viagem que é feita em 12 horas. Em todo o seu trajeto não há atoleiros.

Por: Leonai Garcia
Foto: Goggle

2 comentários:

  1. Parabéns leonai pelo blog, conseguir o blog no seu programa da Antena 1 de sábado. E também parabéns pelo programa. Estou morando em São Paulo, mas vou vir aqui sempre pra ver as notícia de Macapá. Escuto o programa pela internet. Abraços. Rostan.zip.net.

    ResponderExcluir
  2. Caro Leonai, gostaria de parabeniza-lo pela qualidade do blog. Meus cumprimentos também pela força que vc tem dado ao futebol, valorizando ídolos como Bira e prestigiando grandes jornalistas esportivos como meu amigo Antônio Luis. Saiba que comungo com você das lembranças (positivas ou negativas) dos embates entre remo e payssandu. Sinto-me orgulhoso de ter tido oportunidade de acompanhar parte dessa história (inclusive com Bira em campo). Quanto ao Cristal, a goleada aplicada hoje em Manaus mostra que o time tem competência, e o que falta é um pouco mais de atitude e audácia quando joga em casa. Essa mesma atitude que mostra lá fora.
    Um grande abraço,
    Arnaldo

    ResponderExcluir