terça-feira, 2 de junho de 2009

CURIAÚ - Lugar onde natureza e cultura se misturam


Pesquisas indicam que o Curiaú começa a existir a partir do século XVIII. Tem o Curiaú de Dentro, onde se situa o balneário. E o Curiaú de Fora, próximo ao Jardim II.
Um dos notáveis da comunidade, com o umbigo enterrado lá é o seu João da Cruz. 78 anos de idade. Seus ancestrais também são de lá. Seu João é o rezador da ladainha, em latim, na folia de São Joaquim que acontece todo o santo mês de junho no Curiaú de Fora.
A natureza é deslumbrante. A diversidade florestal é estonteante. Árvores nobres. Angelim, Pau mulato, Andiroba, Acapu, Cedro, estão espalhados no meio da mata nativa. A frutaria é variada. Manga, Abacaxi, Cacau, Goiaba, Melancia, Uxi, Mari, Caju, Castanha do Pará, e o açaí. Ah! Que beleza.
O Açaí. Milhares de pés bordejam as áreas alagadas alimentando o nativo do Curiaú, misturado com farinha dágua e um pedaço de peixe frito ou assado. Que maravilha!
O amanhecer no Curiaú é poético. Aquele disco em brasa que se levanta aos poucos por detrás da mata adormecida enternece o mais duro dos corações. E os passarinhos. Lindos! Seus gorjeios e trinados idílicos: anús – bentevis – cigarras – bigodes - sabiás – tornam o amanhecer aprazível.
O homem do curiaú levanta cedo para tirar o leite do gado no curral (canto do galo). Cuida da roça ali pertinho onde produz a farinha dágua e de tapioca especial que tem a marca. Curiaú. No cair da tarde, pega a canoa e sai pelo córrego no rumo do igarapé para armar a malhadeira que despesca ao raiar do dia. Jeju, traíra, tamuatá, cará, tucunaré, apaiari, fazem parte do cardápio dessa gente.
O rio Curiaú que corta as terras do Quilombo é muito apreciado pelos banhistas de Macapá. Por ocasião do veraneio é grande o movimento de pessoas que vão ali tomar um banho de rio e comer um peixe, preparado na hora.
O Curiaú é um dos berços do Batuque e do Marabaixo. Tia Chiquinha, 89 anos, seu Marinho 86 anos, os dois, irmãos, pertencem a tradicional família Ramos. Ela é viúva do seu Martiniano, o famoso Bolão, falecido nos anos 1990.
Seu Bolão criou o Grupo de Folclore Raízes do Bolão que Toca e Dança Batuque (tambor e canto com o coro) e Marabaixo (tambor e canto com o coro).
A família Ramos está de volta ao Curiaú de onde saiu nos anos 1947 para morar no Bairro do Laguinho (rodar a entrevista da dona Chiquinha e do seu Martinho).
Outras famílias nativas do pedaço estão fazendo o mesmo caminho. A identificação das terras do Curiaú como Quilombo e o status de Área de Preservação Ambiental motiva esse movimento.
O passeio no Curiaú é obrigatório nos roteiros de turísticos de qualquer empresa do ramo.
Curiaú dista 15 kilometros do centro da cidade de Macapá. O acesso é fácil. É feito pela rodovia Alceu Paulo Ramos, num asfalto de primeira qualidade.
Vá ao Curiaú e desfrute da natureza em toda a sua plenitude e conheça a beleza do folclore do Amapá.
Documentário radiofônico
Produzido por: Eduardo Neves, Leonai Garcia e Letícia Lara

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